Portuguese Classics

Se Castro Alves cantasse hoje seu poema "O navio negreiro" em praça pública, como seria? O rapper Slim Rimografia apresenta neste audiolivro sua versão musicada do poema que marcou a história da literatura brasileira, por se tornar um ícone da denúncia das injustiças contra os negros.

"Capoeiras, assassinos (...), reincidentes, condenados a trinta anos, exprimem a certeza de que continuarão lá fora a vida anterior." Será? O narrador visita um presídio e, observador, sistematiza os ideais dos presos, em profunda reflexão sobre sua condição. Com a narrativa afiada de João do Rio, o leitor mergulha na realidade crua da detenção.

"Por que hão de uns nascer pobres, e outros ricos?" Certo dia, o lavrador André Pimenta cisma com esse pensamento; alegre que era, torna-se taciturno, e a mudança é notada pelo patrão Manuel Fernandes. Este, para dar-lhe uma lição que o afaste da sombra da inveja, o nomeia feitor da fazenda...

Em "O 'menininho' do presépio", Simões Lopes Neto apresenta a história de um milagre de Natal – no seu melhor estilo gaúcho! Conta-se como Nha Velinda salvou sua vida graças à estátua do Menino Jesus. Em "Penar de velho", o enredo conta como sumiu o menino Binga Cruz, depois de ser ameaçado pelo pai por ter matado seu cavalo, numa caçada a avestruzes.

A série de audiolivros Fernando Pessoa 4 X 4 registrou em áudio os poemas de Fernando Pessoa, ele mesmo, e seus três principais heterônimos com quatro atores diferentes. Para gravar os escritos de Fernando Pessoa, ele mesmo, convidamos o ator Hélio Cícero, que trouxe para o estúdio toda sua afinidade com a obra do poeta português. Em 2009, quando fez as gravações.

O audiolivro infantil vem recheado com deliciosas lendas brasileiras, editadas pela DCL na coleção Histórias e Lendas do Brasil. O CD apresenta cinco desses "causos" que povoam o imaginário brasileiro, um de cada região do Brasil. Para a gravação dessas histórias foram feitos diversos testes com atores de todo o Brasil, para que o sotaque de cada personagem ficasse o mais fiel possível ao dos moradores da região de onde a lenda se origina.

José Carlos Aragão reconta a história de Rapunzel incluindo elementos modernos e de humor. A bruxa assiste novela, gosta de gandaia e joga pôquer. Rapunzel copia suas roupas de revistas de moda. E o príncipe é alpinista, skatista, montanhista, esquiador, mergulhador, paraquedista, enfim, "é grande a lista", como escreve Aragão na obra. O texto ficou ainda mais divertido nessa adaptação para áudio com o uso de efeitos sonoros inesperados e a narração de Gustavo Rocha, que criou diferentes vozes para cada um dos personagens.

Esta adaptação de Alice no País das Maravilhas para o formato de audiolivro foi enriquecida por uma trilha sonora composta especialmente para ela. O pianista e compositor Kauê Lemos acompanhou as gravações e criou temas e ambientações musicais para os personagens principais e para as situações mais marcantes.

No conto "Caçada de macuco", de Mário de Andrade, narra-se a tragédia de Maria, que mantinha um caso com o filho de seu marido, o fazendeiro Nhô Pires. Muito bem construído, o texto gradativamente entrega ao leitor pistas do destino dos amantes, sendo a mais reticente o pio do macuco, que para eles guardava outro significado.

"É ordem das sociedades que uns ajoelhem para que os outros lhes subam às costas." O tema da submissão percorre o conto "Galo que não cantou", de Mário de Andrade. Nele, o caseiro Telinho casa-se com a controladora e dominadora Jacinta, filha de dona Cremildes. Ele se deixa dominar pela esposa, até que um dia se revolta.

Com a característica verve de sua escrita romântica, Camilo Castelo Branco narra a história triste de Elisa Loewe Weimars, espelhada na carreira errática do marido português. O texto explora, entre outros, o tema do preconceito de classe vigente no século XIX, bem como a política da época.

De uma atualidade pungente, esta é uma das mais aclamadas obras de Lima Barreto. Em "Clara dos Anjos", o autor conta como Clara e Júlio – ela uma garota sonhadora, ele um artista –, enfrentam os preconceitos da sociedade da época, marcada pela forte divisão de classes sociais.

No conto "Sede de sangue", Teixeira Gomes flerta com o sobrenatural, deixando abertas diversas possibilidades de interpretação. O narrador, do gênero "voyeur", observa de seu escritório tudo que acontece na taberna do Sr. Trovas e sua esposa Balbina Catada, "antiga marafona que ele desposara em Lisboa". Com riqueza de detalhes descritivos, a narrativa desemboca na chegada de uma misteriosa cigana.

Em "Ex-cathedra", Machado de Assis apresenta a história de Caetaninha, jovem de 14 anos que vive com seu querido padrinho Fulgêncio. Ela andava sempre preocupada com o excesso de leitura do homem, que respirava livros. Até que um dia chega um rapaz órfão, da idade dela, parente de Fulgêncio. Tudo muda para Caetaninha.

"Príncipe ou condutor de ônibus?" O protagonista de "A segunda vida", José Maria, está prestes a voltar à Terra depois de ter morrido; recusando a esta escolha do tipo de vida que lhe é oferecida, prefere – e ganha – o direito de nascer consciente da vida passada. Ao leitor do século XXI, o conto de Machado de Assis oferece uma curiosa analogia com a "second life".

Deolindo Venta-Grande e Genoveva vivem uma paixão à primeira vista: três meses em que vivem de amores. Mas Deolindo, marinheiro, parte em uma longa viagem de instrução – 10 meses no mar. O casal jura esperar um pelo outro. Ele o cumpre e, na volta, a procurar; ela, no entanto, unira-se nesse meio-tempo a um mascate.

Narrador da história do padre Teófilo e Eulália, o sacristão é um ex-seminarista que conhece profundamente os bastidores do mundo eclesiástico. Não chegou a ordenar-se padre, por conta de amores que o teriam afastado em definitivo do caminho do altar, sendo, no entanto, um refinado observador da psiquê humana.

A história de Romão Pires compõe o enredo do conto "Cantiga de Esponsais"; a falta das notas musicais que lhe permitiriam concluir a cantiga de esponsais o aflige. Já em "Adão e Eva", o cenário é a mesa da casa de Dona Leonor; durante uma refeição com convidados, quando da sobremesa, vem à tona a história de que quem criou o mundo não foi Deus, mas o Diabo.

O leitor há de achar particularmente curioso ler este conto em tempos de redes sociais em alta! Homem reservado, Fulano Beltrão lê "coisas belas e exatas" a seu respeito escritas por um amigo no Jornal do Commercio. Gosta da experiência e começa a replicar o conteúdo em outros veículos. Visibilidade é o que quer.

O conto "Uma noite", de Machado de Assis, traz ao leitor a história singular do tenente Isidoro e da viúva Camila, contada por ele ao amigo Martinho, em pleno campo de batalha na Guerra do Paraguai. O casal se apaixonara e estivera prestes a casar-se, quando, vitimada por uma crise de loucura, Camila o agrediu e foi internada em um hospício. Passados quatro anos, Isidoro a reencontra... Final surpreendente!