Estudava Arquitectura na Faculdade de Belas Artes do Porto quando decidiu mudar-se para a aldeia de Brito, em Guimarães, para ser tecedeira numa fábrica. Ficaria na clandestinidade quanto tempo fosse preciso, para “consciencializar” os operários e aprender como viviam. Manuela Juncal, na altura com 22 anos, hoje com 74, manteve o nome próprio e mudou de apelido, para Manuela Gonçalves, e viveu cerca de dois anos na clandestinidade com Tito Amorim, na altura seu namorado, mais tarde marido, ambos da OCMLP: Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa.
Viveu o 25 de Abril de 1974 com pouca informação, entre uma mão que bateu à sua porta de madrugada e uma viagem de autocarro passada a ouvir rádio, em surdina. Percebeu que os anos de ditadura tinham chegado ao fim e o 1.º de Maio que se seguiu, ainda em Guimarães, provou-lhe isso mesmo: uma praça cheia de gente a gritar “Liberdade”.
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